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A exigência da esterilização das farinhas de bovinos marcou profundamente a história recente da indústria brasileira de reciclagem animal. Durante quase duas décadas, essa etapa foi fundamental para assegurar a credibilidade sanitária dos produtos e garantir o acesso do Brasil ao mercado internacional. Mas os tempos mudaram — e a ciência também.

Hoje, com respaldo técnico nacional e reconhecimento internacional, o setor está pronto para avançar. O Brasil já é classificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como país de risco insignificante para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) publicou, ainda em 2024, a Portaria SDA nº 1.180, reconhecendo a segurança das farinhas mesmo sem a exigência de esterilização. Falta apenas um passo decisivo: a efetivação da medida.

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Mobilização do setor avança em diferentes frentes

Na linha de frente desse processo estão a ABRA e seus associados. Em abril, a Associação criou um Grupo de Trabalho (GT) específico para acompanhar os desdobramentos técnicos e regulatórios sobre o tema, reunindo produtores de farinhas e gorduras bovinas. A mobilização ganhou força durante a FENAGRA 2025, onde a campanha Fim da Esterilização Já teve grande destaque entre os expositores e nas discussões setoriais.

Para Pedro Bittar, presidente do Conselho Diretivo da ABRA, a urgência é evidente. “Essa campanha que estamos fazendo é para que a decisão seja efetivada. Já há aprovação técnica, mas ainda não se colocou em prática essa determinação”, afirma. Ele reforça que manter a exigência da esterilização, mesmo diante do reconhecimento internacional da segurança das farinhas brasileiras, vai na contramão dos avanços sanitários que hoje colocam o Brasil como referência no setor.

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Impacto ambiental e histórico da exigência

Além disso, há um alto custo ambiental associado à manutenção dessa etapa. O consumo de madeira para geração de vapor no processo de esterilização ultrapassa 780 mil m³ por ano — um volume expressivo de recursos naturais empregados em uma exigência que, segundo a ciência e os órgãos reguladores, já não se justifica.

A própria história da ABRA está diretamente ligada ao tema. A entidade foi fundada justamente no momento em que o setor precisava se adequar às exigências de esterilização, no auge das preocupações globais com a EEB. “Naquela época, tivemos que negociar com o Ministério da Agricultura prazos e investimentos em equipamentos. Foi um processo necessário e importante naquele contexto, mas que hoje precisa evoluir”, relembra Pedro.

A campanha liderada pela ABRA deixa clara a mensagem: o risco acabou, a regra ficou — e o setor parou. Agora, é hora de avançar. “O que não pode acontecer são decisões serem tomadas e não colocadas em prática. É isso que estamos cobrando”, conclui.

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Tema ganha espaço na mídia especializada

Foto: divulgação Feed & Food

O debate sobre a desobrigação da esterilização também tem repercutido na imprensa do setor. A revista Feed & Food, uma das principais publicações especializadas da agroindústria, trouxe entrevista exclusiva com o presidente da ABRA, Pedro Bittar, reforçando a relevância do tema e o posicionamento da entidade.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRA
Luísa Schardong, jornalista, MTB/RS 0018094

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