
Foto: Osiris Bernardino
Durante a 35ª Reunião Anual do CBNA – Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, realizada em paralelo à FENAGRA 2025, a ABRA marcou presença com uma palestra sobre um tema de crescente relevância global: a bioeconomia circular. O encontro, voltado à nutrição animal no contexto das mudanças climáticas, foi realizado entre os dias 13 e 15 de maio, em São Paulo.
A apresentação da ABRA ocorreu no dia 14 e foi conduzida por Lucas Cypriano, coordenador Técnico da Associação, que também atua como diretor Técnico da World Renderers Organization (WRO) e integra o comitê gestor do LEAP – Parceria para Avaliação e Desempenho Ambiental da Pecuária, da FAO.
Cypriano apresentou os princípios que estão moldando o novo conceito de Bioeconomia Circular, atualmente em discussão no âmbito do LEAP/FAO. A proposta será consolidada em um manual internacional que servirá como base para políticas públicas e métricas ambientais adotadas por países e empresas nos próximos anos.
Segundo ele, o conceito amplia a lógica da economia circular ao aplicar, com rigor técnico, critérios de uso eficiente da biomassa, redução de resíduos e reaproveitamento de subprodutos, como acontece no setor de reciclagem animal. “A bioeconomia circular reconhece que os animais de produção têm um papel fundamental ao transformar resíduos e produtos agrícolas não comestíveis em alimentos nutritivos e de alto valor”, destacou.

Foto: Osiris Bernardino
Mudanças nas métricas de impacto ambiental
A palestra também abordou os impactos práticos dessa abordagem no setor de nutrição animal, especialmente na forma como os ingredientes de ração são avaliados do ponto de vista ambiental. O modelo tradicional de Análise de Ciclo de Vida (ACV), baseado em processos lineares, ignora os benefícios da circularidade e da reutilização de resíduos e de subprodutos.
Com a proposta da ACV Consequencial (ACVC), sugerida pelo LEAP, o “upcycle” de subprodutos e resíduos realizados ao se alimentar animais de produção com ingredientes inadequados para alimentação humana passa a ser adequadamente valorado — o que pode alterar significativamente a alocação de carbono atribuída a ingredientes derivados da reciclagem animal, como farinhas e gorduras não comestíveis para humanos. “A ACVC tem o potencial de reestruturar profundamente a forma como medimos emissões e sustentabilidade no setor”, explicou Cypriano.
Reconhecimento ao modelo brasileiro
Durante a apresentação, também foram destacados os avanços da indústria brasileira de reciclagem animal, representada pela ABRA. O modelo nacional já incorpora práticas alinhadas aos pilares da bioeconomia circular, como o aproveitamento integral de resíduos e a contribuição para cadeias sustentáveis de proteína animal e biocombustíveis.
Fonte: Assessoria de Comunicação ABRA
Luísa Schardong, jornalista, MTB/RS 0018094








