Entidades ligadas à cadeia produtora de biodiesel querem que a adição do biocombustível ao diesel fóssil no país, atualmente na proporção de 7% (B7), passe a 10% (B10) no prazo de dois anos e três meses. A ideia é que haja 1% de aumento nessa mistura obrigatória a cada ano, a partir da aprovação do novo marco regulatório.
A expectativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) é que o B8 venha 90 dias após a promulgação da lei. Já o B9 viria no ano seguinte, e o B10, depois de mais um ano.
“Com a perspectiva de uma nova safra recorde de soja em 2016, que pode chegar a 100 milhões de toneladas, a indústria de biodiesel, que tem na oleaginosa a sua principal matériaprima, está convencida de que existem todas as condições para um novo marco regulatório do biocombustível”, disse em nota Fabio Trigueirinho, secretáriogeral da Abiove. A associação discutiu o tema no início desta semana com outras entidades do setor, como Aprobio e Ubrabio.
Recentemente, o segmento de biodiesel protocolou no Ministério de Minas e Energia uma proposta para que seja iniciada uma nova fase de testes de uso do biocombustível em motores de ciclo diesel. “Esses testes são importantes para garantir tranquilidade ao governo e a outros agentes, a fim de que se possa evoluir do B7 para o B10”, disse a Abiove, na nota.
Este mês, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou o uso voluntário de misturas de biodiesel, sendo até o B20 para frotas cativas e até o B30 para uso agrícola, industrial e ferroviário.
A expectativa da Abiove é que o Brasil encerre 2015 com a produção de 4 bilhões de litros de biodiesel, consolidandose como o segundo maior mercado mundial, atrás dos EUA.
Fonte: Valor Econômico