A coleta e a utilização de carcaças de animais mortos nas propriedades rurais para a reciclagem podem estar mais perto de regulamentação. Nessa quinta-feira, dia 26, o secretário de Agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, entregou um projeto piloto sobre o tema ao secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa), Décio Coutinho, em Brasília-DF. O objetivo é permitir, de forma experimental, a destinação desses animais para uma única indústria, a princípio, para a produção de biodiesel e fertilizantes.
A proposta foi elaborada pelo governo de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Agricultura e o órgão de defesa agropecuária, o Cidasc, em parceria com indústrias de carnes, a Embrapa e a Superintendência do Mapa no estado. Sopelsa afirma que o projeto oferece segurança e espera a autorização federal num curto espaço de tempo para colocá-lo em prática. “Esse projeto visa a adequar aquilo que nós temos hoje dentro das propriedades, com a grande concentração de animais e a dificuldade de fazer com que esses animais possam ir para compostagem. A proposta que santa Catarina está fazendo é de tentar legalizar uma oportunidade para você fazer com segurança sanitária, um destino para estas carcaças que não seja o destino da compostagem”, declarou.
O projeto prevê que o uso dessas carcaças de animais mortos em propriedades deve ser exclusivo para produção de biodiesel e fertilizantes, sendo expressamente proibida qualquer outra utilização. De forma experimental, apenas uma indústria receberia e processaria esses animais.
Segundo levantamentos, a regulamentação do aproveitamento de aves, suínos, bovinos e peixes mortos em propriedades rurais faria o país aumentar o processamento anual de resíduos animais dos atuais 12,5 milhões de toneladas para 14,2 milhões de toneladas. Os 1,7 milhões de toneladas a mais, com as carcaças, seriam: 980 mil toneladas de bovinos, 410 mil toneladas de aves, 320 mil toneladas de suínos e 20 mil toneladas de peixes. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA), isso impulsionaria o segmento de reciclagem, com produção de 510 toneladas de farinhas e/ou adubos e 380 milhões de litros de gordura animal a mais por ano.
Fonte: Assessoria de Comunicação ABRA