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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu sua estimativa para a colheita de grãos no Brasil nesta temporada 2015/16, que está em fase de plantio. Em levantamento divulgado ontem, o segundo referente ao ciclo atual, o volume foi ajustado para entre 208,6 milhões e 212,9 milhões de toneladas, ante o intervalo de 210,3 milhões a 213,4 milhões de toneladas projetado no início de outubro.
Mesmo assim, o limite superior previsto agora é 2,1% maior que o recorde da safra 2014/15, ajustado pela Conab para 208,5 milhões de toneladas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trabalha com um cenário mais pessimista. Também ontem, previu a produção na nova safra em 206,5 milhões de toneladas, 1,9% menor que na passada (210,6 milhões, 8,2% superior que a de 2013/14).
A redução na expectativa de produção da Conab se deve, em parte, à queda do intervalo previsto para a área plantada total para entre 57,9 milhões e 58,9 milhões de hectares ­ no mês passado, a Conab tinha apontado entre 58,2 milhões e 59 milhões de hectares. O limite superior é 1,6% maior do que os 58 milhões de hectares de 2014/15 ­ e esse aumento, mais uma vez, é puxado pela soja.
Para a oleaginosa, a autarquia elevou o intervalo de produção projetado para entre 101,2 milhões e 102,8 milhões de toneladas, volume que pode significar um aumento de até 6,8% na comparação com as 96,2 milhões de toneladas da temporada anterior.
Para o milho, segundo grão mais cultivado no país, a autarquia reduziu a projeção, devido à menor expectativa de plantio da primeira safra do grão, que vem perdendo espaço para a soja no verão. Assim, a expectativa é de uma colheita de entre 81,1 milhões e 82,7 milhões de toneladas, até 2,3% aquém das 84,7 milhões da safra 2014/15.
Em parte também por conta do avanço da soja, a produção brasileira de arroz deverá recuar em 2015/16. Segundo a Conab, o total colhido ao fim deste ciclo ficará entre 11,3 milhões e 12,2 milhões de toneladas, o que configuraria uma queda de 2,1% a 9,2% em relação à safra passada. Em 2014/15, o Brasil colheu 12,4 milhões de toneladas. Esse recuo se dará tanto por perda de área quanto de produtividade.
No caso do feijão, a produção foi ajustada pela Conab para entre 3,2 milhões de toneladas e 3,3 milhões de toneladas, ligeiramente acima das projeções feitas no mês passado. Na safra passada, foram 3,2 milhões de toneladas. Se acontecer, o aumento da oferta deverá ser reflexo de um crescimento da produtividade. A projeção para a produtividade média das três safras do ano é de 1,079 quilos por hectare, alta de 2,8% na comparação com a safra anterior.
Já a área plantada ao longo das três safras deverá ficar em cerca de 3 milhões de hectares, mesmo patamar observado em 2014/15.
 
Fonte: Valor Econômico