O retorno do clima mais úmido permitiu que o plantio da safra 2015/16 de soja em Mato Grosso evoluísse consideravelmente nos últimos dias, embora as previsões para esta semana sejam menos prósperas em termos de chuvas no Estado.
Levantamento divulgado pelo Instituto MatoGrossense de Economia Agropecuária (Imea) indicou que a semeadura avançou 23 pontos percentuais na semana encerrada na última quinta-feira, para 61% da área total prevista. O ritmo está ligeiramente atrasado em relação aos 66,9% do mesmo período do ano passado.
Os agricultores locais enfrentam problemas com o tempo seco desde meados de setembro, quando começou o período oficial de plantio em Mato Grosso. Entretanto, as precipitações aos poucos têm voltado ao Estado e, ainda que essas chuvas sejam irregulares, têm contribuído para acelerar as atividades no campo.
Mas as previsões para os próximos dias sinalizam a tendência de tempo mais firme e chuvas apenas na forma de pancadas localizadas, de acordo com a Somar Meteorologia. "Dessa forma, o plantio da soja e das demais culturas de grãos deverá continuar sendo realizado com muita cautela, já que essas pancadas não são garantia de que venham a ocorrer chuvas sobre as áreas desejadas", afirma Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Somar, em boletim.
Por ora, o Imea permanece com uma projeção de colheita de 29,07 milhões de toneladas de soja na atual safra 2015/16, alta de 3,5% na comparação com a temporada passada. O Estado é o maior produtor de grãos do país.
Mas a consultoria FCStone já refez seus cálculos, com base na expectativa de que o déficit hídrico observado não apenas em Mato Grosso, mas também em Goiás, Bahia, Piauí e São Paulo, possa reduzir a produtividade da oleaginosa nesta temporada.
A consultoria reduziu para 29,01 milhões sua estimativa para a colheita de soja matogrossense, ante as 29,30 milhões apontadas no mês passado. Para a safra brasileira, a FCStone diminuiu a previsão de 101,08 milhões para 100,45 milhões de toneladas ainda um recorde.
Os preços da saca de soja no mercado interno também continuam sustentados pela firmeza do dólar em relação ao real, que ajuda a compensar os baixos preços da commodity na bolsa de Chicago. O indicador Cepea/Esalq para a saca de 60 quilos no Paraná acumula alta de 22% em um ano, sendo negociada atualmente na casa de R$ 76.
Fonte: Valor Econômico